Mulher de branco

, 1956

Carlos Calvet

Prova fotográfica em gelatina sal de prata

30 × 40 cm
Inv. 2913
Historial
Adquirido pelo Estado ao artista em 2006.

Exposições
Lisboa, 1989, 39, p.b.; Antuérpia, 1991, 63, p.b.; Frankfurt, 1997, 131, p.b.; Porto, 1999,131, p.b.; Porto, 2004, 121, p.b.; Lisboa, 2006, 84, p.b.; Vila Franca de Xira, 2009, 80, p.b.; Cuenca, 2010.

Bibliografia
Carlos Calvet: Fotografias (1956–75), 1989, 39, p.b.; CALADO e SENA, 1991, 63, p.b.; Livro de Viagens. Fotografia Portuguesa 1854–1997, 1997, 131, p.b.; Carlos Calvet – Deambulações com Mar ao Fundo, 2004, 121, p.b.; Em Foco – Fotógrafos Portugueses do Pós-Guerra, 2005, 84, p.b.; TAVARES, 2009, 167, p.b.
Uma estética do realismo poético fotográfico norte-americano percorre esta fotografia, captada num dos bairros mais «castiços» de Lisboa, em plena zona do Cais do Sodré. Esta é uma das imagens mais simbólicas da geração de fotógrafos que, de forma autodidacta e à margem de outras realidades fotográficas mais ortodoxas, foram influenciados pelas grandes correntes internacionais fotográficas deste período. Sem dúvida que a influência do cinema e do ambiente denso, decadente e lânguido do film noir contribui para adensar o mistério da imagem, em que o jogo de sombras é tão ou mais importante do que as figuras. É também um tributo a um certo modo de ser lisboeta, o espelho dum marialvismo, jogo de sedução entre o universo masculino e feminino, numa sociedade em que a repressão dos valores da liberdade, nas suas mais variadas facetas, fazia da sociedade portuguesa uma paisagem de soturnidade.

Emília Tavares