Self-portrait in red

, 1962

Paula Rego

Óleo, lápis de cera e colagem de papel sobre tela

152 × 152 cm
Inv. 2009
Historial
Adquirido pelo Estado em 1974.

Exposições
Macau, 1987, s.p., cor; Queluz, 1989; Lisboa, 1994, 163, cor; Lisboa: MNAC-AC, 2002; Castelo Branco, 2003, 65, cor; Barcelona/ S. Paulo, 2004, 229, cor; Lisboa, 2006; Lisboa, 2007; Lisboa, 2008; Lisboa, 2009; Lisboa, 2010; Lisboa, 2012.

Bibliografia
Últimas décadas, 1987, s.p., cor; RODRIGUES (et. al.), 1994, 163, cor; ÁVILA, 2003, 65, cor; ÁVILA (et. al.), 2004, 229, cor.
Pressupostos orgânicos e matéricos organizam esta história autobiográfica, onde fragmentacção e dispersão se opõem a qualquer narrativa e onde a ternura e a alegria se unem num acordo tácito com a violência e a agressividade, aqui veiculadas pela técnica fragmentária e cumulativa da colagem. Os fragmentos precipitam-se numa amálgama de restos quotidianos, onde têm cabimento os próprios estudos preparativos da obra e desenhos dos filhos, rasgados ferozmente e manipulados. Sobre estes, a pintura atua como matéria de ligacção e ocultacção, como um arrojado fundo uniformizador e espacializador, que simula uma leitura fluída e acalma a brutalidade do processo. A pintura e a colagem como gesto, como implicacção do corpo da artista e como prazer do processo, são projetados no mundo infantil onde descansam as memórias primeiras do medo e do desejo.

Maria Jesús Ávila