Júlio Pomar

Lisboa , 1926 Lisboa , 2018

Após frequentar a Escola de Arte Aplicada António Arroio, ingressa na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, em 1942. Dois anos depois fixa-se no Porto, inscrevendo-se na Escola Superior de Belas-Artes daquela cidade. O ambiente político na década de 1940 é marcado pelo crescente fortalecimento de uma oposição ao regime de Oliveira Salazar, em parte fomentado pela emergente geração de artistas neo-realistas, que fazem da sua arte um instrumento de intervenção social e política. Pomar insere-se dentro dessa geração, e o seu engajamento político leva a que seja interdito de frequentar a Escola de Belas-Artes do Porto. Regressa a Lisboa no final da década de 40, sendo preso pela polícia política durante quatro meses. Data desse período a pintura Resistência, que seria apreendida na II Exposição Geral de Artes Plásticas, em 1947. Após conceber trabalhos próximos do realismo socialista, no início da década de 1950, Pomar vai progressivamente abandonando a orientação política do seu trabalho. A sua obra evolui então para um novo figurativismo, influenciado pelo gestualismo da pintura europeia do pós-guerra. Em 1956 funda a cooperativa Gravura, da qual será o principal animador até 1963, ano em que se fixa em Paris. Até 1975, a sua obra incide principalmente no retrato, onde alia o desenho e a pintura. Nos anos seguintes participa em numerosos eventos artísticos nacionais e internacionais, que contribuíram para o crescente reconhecimento da sua carreira. Recentemente, a sua obra foi alvo de importantes exposições no Porto e em Vila Franca de Xira (2008) e em Elvas (2009).

Joana Baião