Casa-Museu Anastácio Gonçalves

entrada: Condições Gerais

Fórmulas Naturalistas da Arte Moderna

2016-11-16
2017-02-26
Curadoria: Ana Anjos Mântua, Maria de Aires Silveira

A Casa-Museu Anastácio Gonçalves apresenta a exposição temporária Fórmulas Naturalistas da Arte Moderna, em conjunto com o Museu Nacional de Arte Contemporânea, a partir de 15 de novembro a 26 de fevereiro. Aqui reúnem-se duas coleções contemporâneas, constituídas com critérios e escalas diferentes: enquanto a coleção constituída pelo MNAC, do domínio público, teve subjacente uma norma museológica, determinada pelas escolhas dos diversos diretores na criação de núcleos autorais da geração naturalista, a da CMAG, do domínio privado, resultou de um gosto pessoal e da paixão do seu colecionador.

Estabelece-se assim um confronto entre o gosto institucional e o gosto do colecionador Anastácio Gonçalves, mas também se valoriza a importância da crítica de arte e dos debates intelectuais, desde meados do seculo XIX, na incorporação das obras nas coleções e na formação de um gosto público e privado. O título da exposição inspira-se num comentário de Ramalho Ortigão, 1883, quando se refere às novas propostas da arte moderna como “fórmulas naturalistas”, aplicadas a uma pintura ligada à observação da natureza, introduzida por Silva Porto e o Grupo do Leão.

Tanto o percurso expositivo como o catálogo que o acompanha, com o apoio da Cabral Moncada Leilões e da Scribe, ambos da autoria de duas curadoras, Ana Anjos Mântua e Maria de Aires Silveira, sublinham as opiniões críticas de finais do século XIX-inícios do século XX, em títulos sugestivos e citações de Eça de Queirós, Antero de Quental, Rangel de Lima, Monteiro Ramalho, Fialho de Almeida, Ribeiro Artur, António Enes, Abel Botelho, Jaime Batalha Reis, Raul Brandão, entre outros. De facto, na trajetória delineada por estes escritores inicia-se uma polémica baseada no conceito de “Realismo como nova expressão artística” e relaciona-se, a partir das escolhas autorais e temáticas, com o paradigma da coleção de pintura de Anastácio Gonçalves.

O paisagismo e a referência ao gosto da “verdade na arte” aposta na modernidade das propostas naturalistas, entre um “realismo de atualidade e a persistência de um gosto” narrativo. Em finais do século XIX, os artistas e a crítica valorizam o registo da “Psicologia humana como um dos objetivos da arte”, tanto que Eça de Queirós se refere ao “artista como servente da rude verdade no lixo social. Por outro lado, o retrato oscila entre “o espírito do artista e a influência do sujeito”, ao apresentar uma elite intelectual. É na viragem dos séculos XIX-XX que surgem as temáticas simbolistas, relacionadas com “a comoção do criador” e a “realização do que o espírito sente”, delimitando deste modo, uma cronologia da modernidade no universo oitocentista da arte portuguesa.





Atividades

    2016-11-15 19h00
    Inauguração da exposição
    2017-02-03 18h00
    Conversas na paisagem 2017
    2017-02-14 18h30
    Visita orientada pelas curadoras às 18h30
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