Joaquín Torres Garcia, Composición, 1932
Joaquín Torres Garcia, Composición, 1932

MNAC

entrada: Condições Gerais

De Picasso a Dali

1998-06-24
1998-09-27
Curadoria: Juan Manuel Bonet
A exposição De Picasso a Dalí. As Raízes da Vanguarda Espanhola 1907-1936 inscreve-se numa das linhas programáticas do Museu do Chiado que visa confrontar os sentidos da sua colecção com a diversidade epocal dos respectivos contextos europeus. Idealmente, este objectivo exigiria uma programação sistemática de exposições internacionais que fossem percorrendo a cronologia proposta pela exposição permanente, entre 1850 e 1950. Todavia, os reconhecidos constrangimentos de meios foram conduzindo a realizações mais soltas: primeiro em 1995, Marino Marini, co-produzido com o Museu Réattu de Arles, depois em 1997, Picasso e o Mosqueteiro que teve, como ponto de partida, brilhantemente ultrapassado, uma colecção de desenhos do mesmo Museu. Chega agora a vez de uma exposição mais ambiciosa que permite situar o modernismo português em relação às dinâmicas da arte espanhola sua contemporânea, propondo uma importante área de reflexão que María Jesús Ávila inicia com o seu estudo neste catálogo. Mas a presença de obras de alguns dos maiores mestres da arte internacional do tempo - Picasso, Juan Gris, Dalí, Pablo Gargallo - permitirá também que esta exposição não seja apenas um programa de estudo mas o contacto directo com a diversidade das raízes da nossa contemporaneidade.
Programada desde há dois anos, a exposição que agora se apresenta foi uma proposta do Pavilhão de Espanha da Exposição Mundial de Lisboa 1998 a que eu aderi com entusiasmo depois das primeiras reuniões de trabalho com o comissário proposto, Juan Manuel Bonet, profundo estudioso da arte espanhola da primeira metade do século mas também do modernismo português. Esta circunstância foi garante do equilíbrio, da qualidade e da oportunidade da selecção proposta e configura o dinamismo de um desejável espaço de intercâmbio en re Portugal e Espanha que, além das continuadas marcações da contemporaneidade, se vem delineando, em relação à primeira metade do século, desde as exposições de Almada Negreiros, Vieira da Silva e Amadeo de Souza-Cardoso, apresentadas na Fundação Juan March de Madrid.
Pelo êxito de um projecto realizado em conjunto, quero agradecer ao comissário da exposição, Juan Manuel Bonet e à sua equipa, a Luis Miguel Enciso, Comissário Geral de Espanha de Lisboa’98, a Rafael Gasset, Director do Pavilhão de Espanha, a Francisco Faria Paulino, a todos os meus colegas do Museu do Chiado, e à empresa Repsol pelo seu generoso apoio.

Raquel Henriques da Silva
Director do Instituto Português de Museus