António Cruz

Porto , 1907 Porto , 1983

Revela precoce propensão para o desenho na sua juventude, registando aspectos da paisagem do Porto e seus arredores. Em 1928, realiza os seus primeiros trabalhos de publicidade e ilustrações de livros escolares e, em 1930, matricula-se na Escola de Belas-Artes do Porto, sem conhecimento dos pais. Ganha o prémio de Desenho José Rodrigues Júnior em 1932 e instala um atelier nas instalações da Maternidade Júlio Dinis, com o mecenato de Alfredo de Magalhães. Em 1934 interrompe os estudos após a morte de seu pai, refugiando-se em Ponte da Barca, onde continua a pintar. Nesse ano recebe uma bolsa que lhe permite prosseguir estudos. Conclui o Curso de Pintura em 1939 e apresenta a sua primeira exposição individual no Salão Silva Porto. A mesma exposição é inaugurada no final desse ano em Lisboa. Entre 1942 e 1945, frequenta o Curso de Escultura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto e no ano seguinte obtém uma bolsa do Instituto de Alta Cultura. Recebe prémios de desenho (1947), pintura (1947) e escultura (1948), embora seja como aguarelista que António Cruz se destaca, graças à renovação desta técnica e à capacidade de transpor para o papel a luminosidade húmida e a névoa características da sua cidade natal. O seu trabalho chama a atenção de Manoel de Oliveira, que em 1956 realiza o documentário O Pintor e a Cidade. A partir de 1958 inicia a actividade docente na escola de Artes Decorativas de Soares dos Reis, ingressando como professor agregado de Desenho na Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1963. Ao longo da sua vida nunca deixou de pintar, participando em numerosas exposições até ao ano da sua morte.

Joana Baião