Eduardo Nery

Figueira da Foz , 1938 Lisboa , 2013

Ingressou em 1956 no curso de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa transferindo-se para o curso de Arquitetura em 1959, do qual viria a desistir. Em 1960 é convidado por Jean Lurçat para fazer um estágio sobre tapeçaria em França. Em 1971 integrou o conjunto de artistas convidados para efetuar as pinturas para o café A Brasileira, no Chiado, para substituir as telas modernistas de 1925. Em 1973 foi um dos sócios fundadores da escola Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação, Lisboa. A sua atividade começa desde cedo a repartir-se por diversas áreas, pintura, azulejaria, tapeçaria, vitral, fotografia e colagem. Na pintura, os seus trabalhos vão desenvolver-se, no final dos anos 50, no campo do abstracionismo, seguindo primeiro uma via gestualista, para aderir depois ao movimento internacional da Op Art. Ainda nos anos 60 iniciou um trabalho regular e de grande variedade em obras de vitral, tapeçaria e azulejaria para projetos arquitetónicos e urbanísticos por todo o país. No final dos anos 60 começou a introduzir elementos tridimensionais na tela que dão à pintura uma efetiva profundidade, criando pinturas-objectos. Paralelamente começou a explorar a colagem e a fotografia, adotando a mesma postura transgressora ao combinar imagens/ fragmentos na criacção de composições sarcásticas ou improváveis. A sua obra tem sido objecto de numerosas exposições individuais e coletivas, nomeadamente no Museu Nacional de Arte Antiga, Museu Nacional de Soares dos Reis, Fundacção Calouste Gulbenkian, Culturgest e Museu Nacional do Azulejo entre muitas outras.

Leonor Oliveira