António Carneiro

Amarante , 1872 Porto , 1930

António Carneiro toma contacto com o desenho no asilo onde fora internado após a morte de sua mãe, aos 7 anos, copiando ilustrações de textos religiosos e publicações periódicas. Entre 1884 e 1890 frequenta o curso de Desenho na Academia de Belas-Artes do Porto, onde é discípulo de Marques de Oliveira, e em 1890 começa a frequentar o curso de Escultura, desistindo depois da morte de Soares dos Reis. Matricula-se então em Pintura. Em 1897 parte como bolseiro para Paris e inscreve-se na Academia Julian, tendo como mestres Jean-Paul Laurens e Benjamin Constant. Após o regresso a Portugal, em 1911, é convidado para leccionar em Belas-Artes, Porto. A par da actividade como pintor e professor, dirige a revista portuense Geração Nova e coordena a secção literária e artística da revista A Águia. Ao longo da sua carreira expõe em Lisboa, no Porto e no Brasil, participando ainda na Exposição Universal de Paris, de 1900 (medalha pela obra Vida), na Exposição Universal de Saint Louis (1904, medalha de prata) e na Exposição Internacional de Barcelona (1907, medalha de prata). Carneiro foi o único pintor do simbolismo português. Pintou interiores, cenas familiares, cenas religiosas e paisagens mas dedicou-se sobretudo ao retrato, onde explorou a captação da espiritualidade e sentimento do modelo, ficando por isso conhecido como o “retratista das almas”.

Joana Baião