José de Brito

Viana do Castelo , 1855 Porto , 1948

José de Brito destacou-se pela realização de pinturas históricas e de retratos. A sua obra integra-se nas propostas naturalistas, dedicando-se especialmente à pintura de género, de paisagem e decorativa, obtendo algum reconhecimento nas exposições do Salon de Paris.
Iniciou os seus estudos na Academia Portuense de Belas-Artes em 1873, tendo como mestres João Correia, António Soares dos Reis e Tadeu de Almeida Furtado. D. Fernando ii financiou a sua estada em Paris concedendo-lhe uma bolsa régia em 1885. Frequentou a Académie Julien e teve como professores Lefèbvre, Boulanger, Jean-Paul Laurens e Benjamin Constant. Após a morte do monarca, contou com o apoio do Estado, que mais tarde custeou a sua estada de onze anos na capital francesa com pequenos trabalhos artísticos.
Neste período de intensa produção, participou em vários Salons, desde 1888, com significativas obras como Dia de Páscoa e Retrato de Mme J.C. (1889); Où est-tu Lili? (1890), adquirida posteriormente pelo rei D. Carlos; Je m´amuse (1892); Au coin du feu (1893); e Retrato de Mr. Jules Chawin (1894). A pintura enviada no ano seguinte, Mártir do Fanatismo (1895), manifestamente anti-clerical, foi premiada e recebeu favoráveis críticas. A sua última participação no Salon ocorreu em 1896 com a obra Retrato de uma Senhora, claramente naturalista.
Entre 1896 e 1929, período de actividade essencialmente académica, participou com êxito em várias exposições. Conquistou a medalha de honra na Exposição Universal de Paris de 1900, e esteve representado nas exposições do Ateneu Comercial, da Sociedade Nacional de Belas-Artes e numa mostra individual, com 42 obras, no Salão Silva Porto, em 1928.

Cristina Pieske