D. Carlos de Bragança

Lisboa , 1853 Lisboa , 1908

As suas aguarelas e pastéis, em sensíveis temas de marinhas, apareceram em 1880, muito influenciadas pelo professor, Henrique Casanova. Paisagens rurais como Campina alentejana e O Sobreiro, distinguem-se como obras significativas do naturalismo português, pela captação luminosa de um poético trecho de paisagem e a materialidade sensitiva da árvore. Nos seus álbuns, documentários visuais de viagem, regista os passeios na baía de Cascais, Sintra e Alentejo; ali também a figura humana surge representada com fidelidade, por vezes, em observações irónicas ou sensuais. Algumas obras tiveram destinos internacionais como a Paisagem alentejana, 1905, que seguiu para Inglaterra; Pesca do atum, 1889, para a Alemanha; um retrato realista, o Marroquino, ficou na galeria privada do rei Eduardo VII; Arribas da Guia, Cascais, 1906, foi para o Rio de Janeiro. Participou nas exposições internacionais de Paris, Barcelona e St. Louis, onde obteve medalha de ouro, e ganhou medalhas de honra no Grémio Artístico e Sociedade de Belas-Artes.

Maria Aires Silveira